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Economia: Contas externas tiveram saldo negativo em agosto

set. 25, 2023

Investimentos diretos somaram US$ 4,3 bilhões


Impulsionado por um aumento no superávit comercial, o saldo negativo das contas externas do país em agosto foi consideravelmente menor, atingindo US$ 778 milhões, de acordo com o comunicado divulgado hoje pelo Banco Central (BC). No mesmo período de 2022, o déficit nas transações correntes, que englobam as compras e vendas de mercadorias e serviços, bem como transferências de renda com outros países, foi de US$ 7,016 bilhões.


A diferença entre os anos reflete principalmente o crescimento do superávit comercial, que aumentou em R$ 5,1 bilhões. Além disso, houve uma redução de US$ 869 milhões no déficit em serviços, assim como uma diminuição de US$ 504 milhões no déficit em renda primária, que envolve o pagamento de juros e os lucros e dividendos de empresas estrangeiras.


No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, o déficit em transações correntes totalizou US$ 45,223 bilhões, representando 2,21% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, em comparação com um saldo negativo de US$ 51,573 bilhões (2,54% do PIB) em julho deste ano e um déficit de US$ 53,635 bilhões (2,94% do PIB) no período correspondente que terminou em agosto de 2022.


No acumulado do ano até o momento, o déficit alcança US$ 19,459 bilhões, em contraste com o saldo negativo de US$ 27,742 bilhões nos primeiros oito meses de 2022.


Balança comercial e serviços


As exportações de bens alcançaram a marca de US$ 31,432 bilhões em agosto, registrando um aumento de 0,8% em relação ao mesmo mês de 2022. Enquanto isso, as importações totalizaram US$ 23,814 bilhões, indicando uma queda de 16,8% quando comparadas a agosto do ano passado. Com esses resultados, a balança comercial encerrou o mês passado com um superávit de US$ 7,618 bilhões, em contraste com o saldo positivo de US$ 2,552 bilhões observado em agosto de 2022.


No que diz respeito à conta de serviços, que abrange áreas como viagens internacionais, transporte, aluguel de equipamentos e seguros, entre outras, o déficit totalizou US$ 2,878 bilhões em agosto, representando uma redução de 23,2% em relação aos US$ 3,748 bilhões registrados no mesmo mês de 2022. Houve uma diminuição no déficit relacionado ao transporte e às viagens, enquanto houve um aumento no segmento de aluguel de equipamentos.


O déficit na categoria de transporte reduziu de US$ 1,985 bilhão em agosto de 2022 para US$ 1,023 bilhão no mês passado, refletindo uma queda de 48,5%. Esse aprimoramento foi influenciado principalmente pela diminuição dos gastos em frete, que foram reduzidos devido à queda nos preços internacionais.


No caso das viagens internacionais, embora haja uma tendência de recuperação, o crescimento do déficit ainda se mantém abaixo dos níveis anteriores à pandemia de COVID-19. As receitas provenientes de estrangeiros que visitaram o Brasil cresceram 52,5% em comparação ao ano anterior, totalizando US$ 657 milhões em agosto, em comparação com os US$ 431 milhões registrados no mesmo mês de 2022. As despesas dos brasileiros no exterior também aumentaram, passando de US$ 1,051 bilhão em agosto do ano passado para US$ 1,272 bilhão no mesmo mês de 2023, representando um aumento de 21,1%. Com isso, a conta de viagens encerrou o mês em um nível próximo ao observado em agosto de 2022, totalizando US$ 615 milhões, em comparação com o déficit de US$ 620 milhões no mesmo mês do ano passado.


No segmento de aluguel de equipamentos, as despesas líquidas alcançaram US$ 794 milhões, representando um aumento de 12,9% em comparação a agosto de 2022, quando esse valor estava em US$ 704 milhões.


Rendas


Em agosto, o déficit na categoria de renda primária, que engloba lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários, alcançou US$ 5,642 bilhões, marcando uma redução de 8,2% em relação aos US$ 6,146 bilhões registrados no mesmo mês de 2022. É importante destacar que essa conta geralmente apresenta um saldo deficitário, uma vez que os investimentos estrangeiros no Brasil tendem a superar os investimentos brasileiros no exterior, levando à remessa de lucros para fora do país.


As despesas líquidas com juros aumentaram de US$ 1,259 bilhão em agosto de 2022 para US$ 1,781 bilhão no mês passado. No que diz respeito aos lucros e dividendos associados a investimentos diretos e em carteira, observou-se um déficit de US$ 3,891 bilhões em agosto deste ano, em comparação com o déficit de US$ 4,897 bilhões registrado em agosto de 2022.


Por outro lado, a conta de renda secundária, que envolve transferências entre economias sem contrapartida em serviços ou bens, apresentou um resultado positivo de US$ 124 milhões no mês passado. Isso representa uma diminuição em relação ao superávit de US$ 326 milhões registrado em agosto de 2022.


Financiamento


Os investimentos diretos no país (IDP) registraram ingressos líquidos mais baixos quando comparados ao ano anterior, totalizando US$ 4,270 bilhões em agosto deste ano, em contraste com os US$ 10,014 bilhões registrados em agosto de 2022.


O montante acumulado em 12 meses referente ao IDP atingiu US$ 65,918 bilhões (equivalente a 3,21% do Produto Interno Bruto – PIB) em agosto de 2023, frente aos US$ 71,663 bilhões (3,53% do PIB) do mês anterior e aos US$ 64,851 bilhões (3,55% do PIB) no período encerrado em agosto de 2022.


Quando o país apresenta um déficit nas transações correntes, precisa buscar fontes de financiamento no exterior, seja por meio de investimentos ou empréstimos. O IDP é considerado uma das formas mais vantajosas de financiamento para cobrir esse saldo negativo, uma vez que os recursos são direcionados para o setor produtivo e geralmente representam investimentos de longo prazo.


No que diz respeito aos investimentos em carteira no mercado doméstico, houve saídas líquidas de US$ 807 milhões em agosto de 2023, compostas por saídas líquidas de US$ 2,335 bilhões em ações e fundos de investimento e por ingressos líquidos de US$ 1,528 bilhão em títulos de dívida. Nos 12 meses encerrados em agosto, os investimentos em carteira no mercado doméstico somaram ingressos líquidos de US$ 11,3 bilhões.



O estoque de reservas internacionais atingiu US$ 344,177 bilhões em agosto, registrando uma redução de US$ 1,298 bilhão em comparação ao mês anterior.












07 mai., 2024
Projeto de lei em análise na CAE busca atualizar valores vinculados à inflação, impactando setor empresarial nacional. Na pauta da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para esta terça-feira (7), destaca-se a análise de um projeto de lei com potencial impacto significativo no cenário econômico brasileiro. Em foco está a proposta que busca instituir um reajuste anual, vinculado à inflação, para os limites máximos de faturamento permitidos para Microempreendedores Individuais (MEI) , microempresas e empresas (ME) de pequeno porte (EPP). Os atuais patamares estabelecidos são de R$ 81 mil para MEIs, R$ 360 mil para microempresas e R$ 4,8 milhões para empresas de pequeno porte. Tais valores, contudo, têm permanecido inalterados ao longo dos anos, sem atualizações que acompanhem os índices inflacionários. O último ajuste ocorreu em 2021 para MEIs, em 2016 para empresas de pequeno porte e remonta a 2006 para microempresas, conforme estipulado pela legislação que instituiu o sistema. O relatório elaborado pelo senador Laércio Oliveira (PP-SE) mostra-se favorável à iniciativa apresentada pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR). Cabe ressaltar que o Senado já havia aprovado, em 2021, um projeto com o intuito de elevar os limites de faturamento para micros e pequenas empresas, bem como para o microempreendedor individual. Ainda assim, tal proposta não obteve avanços na Câmara dos Deputados. Além da questão dos limites de faturamento, a CAE também está encarregada de deliberar sobre a possibilidade de tornar permanente o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) . Este programa foi instituído durante o período da pandemia de Covid-19, visando fornecer auxílio direto às pequenas empresas, um setor particularmente vulnerável em tempos de crise econômica. A decisão que surgirá desta reunião da CAE promete ter implicações profundas no ecossistema empresarial brasileiro, afetando desde os empreendedores individuais até as pequenas e médias empresas, em meio a um contexto de busca por estímulo econômico e resiliência diante dos desafios impostos pela pandemia e pelas flutuações do mercado global. Dúvidas sobre esse assunto? Entre em contato conosco pelo Telefone/WhatsApp : (21) 3432-5300
30 abr., 2024
Entidades empresariais recomendam que empresas se programem para recolher contribuição patronal de abril sem considerar a desoneração. Após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, de suspender a desoneração da folha de pagamento enquanto ocorre o julgamento, as empresas beneficiadas pela medida devem voltar a recolher o imposto. A medida divide opiniões. Alguns especialistas defendem a aplicação da chamada "noventena". Na prática, é preciso aguardar 90 dias após a decisão do STF para a implementação de mudanças legislativas. No entanto, algumas entidades empresariais aconselham cautela diante da incerteza, especialmente considerando o próximo prazo de recolhimento do imposto, agendado para quinta-feira (2). Isso porque, o não recolhimento do imposto pode trazer consequências para os envolvidos, como multas e demais penalidades. Portanto, as entidades recomendam que as empresas se programem para recolher a contribuição patronal de abril sem considerar a desoneração, ou seja, aplicando a alíquota de 20% sobre a folha de pagamento. Vale ressaltar que, em resposta à decisão, as entidades empresariais planejam lançar um manifesto conjunto contra a medida do governo. O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, expressou sua discordância, classificando-a como "catastrófica". Desoneração da folha A desoneração da folha de pagamento, em vigor desde 2011, permitiu que as empresas recolhessem uma porcentagem da receita bruta em vez de uma taxa fixa sobre os salários dos empregados. Diante da diversidade de opiniões e da complexidade da situação, o empresariado enfrenta o dilema de decidir entre adotar uma postura conservadora e recolher integralmente os impostos ou arriscar manter a desoneração enquanto aguarda maior clareza sobre o desfecho desta controvérsia fiscal.
18 abr., 2024
Em votação simbólica, o Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (17) o projeto de lei que modifica as regras de isenção de Imposto de Renda, beneficiando pessoas que ganham até dois salários mínimos. O PL 81/2024 , originado na Câmara dos Deputados, segue para sanção presidencial. O texto foi aprovado na forma do relatório do senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), submetido previamente à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). De acordo com o projeto, quem ganha até R$ 2.259,20 por mês não precisará pagar Imposto de Renda. Atualmente esse limite está em R$ 2.112. O projeto também reajusta os valores da parcela a deduzir das demais faixas de tributação, que permanecem nos patamares atuais. Com o reajuste do salário mínimo, elevado no início de 2024 para R$ 1.412, as pessoas que ganham dois salários mínimos — o equivalente a R$ 2.824 — passaram a integrar a primeira faixa de tributação, que paga 7,5%. Com o reajuste da faixa de isenção para R$ 2.259,20, elas se tornam isentas, pois a lei que instituiu a nova política de valorização do salário mínimo ( Lei 14.663, de 2023 ) autoriza desconto simplificado de 25% sobre o valor do limite de isenção. No caso, R$ 564,80 — valor que, somado a R$ 2.259,20, resulta em R$ 2.824. “A opção pelo reajuste menor da faixa desonerada do IRPF juntamente com o desconto simplificado privilegia apenas quem recebe rendimentos menos expressivos e garante a progressividade tributária, ao evitar que as camadas mais ricas da população se beneficiem da simples ampliação do patamar isento a níveis mais elevados”, afirma Randolfe Rodrigues. Destaque Em Plenário, o relator rejeitou as sete emendas oferecidas pelos senadores, argumentando que a redação da CAE já “veicula uma medida focalizada que beneficia sobretudo os mais carentes”. Ele acrescentou, porém, que a valorização do salário mínimo não exclui um debate mais amplo sobre os ajustes necessários ao Imposto de Renda. — Desde o ano passado, foram várias as propostas que o Poder Executivo apresentou para que o Congresso Nacional delibere e, com isso, modernize o arcabouço legal, a fim de torná-lo mais justo. Foi votada em destaque, e também rejeitada em votação simbólica, a emenda do senador Carlos Viana (Podemos-MG) que elevaria a faixa de isenção de dois para três salários mínimos. Na discussão da matéria, Viana chamou a atenção para a grande defasagem salarial dos trabalhadores e, ao defender sua emenda, alertou para a falta de estimativas sobre o impacto orçamentário da alteração da tabela. — Nós estaremos beneficiando mais 11 milhões de trabalhadores. Em resposta, o líder do governo, senador Jaques Wagner (PT-BA), concordou com Viana “em tese”, mas lamentou a influência negativa do mercado internacional sobre o equilíbrio fiscal brasileiro e sublinhou o compromisso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de elevar o limite de isenção do IR até R$ 5 mil “até o final de seu governo”. — Já temos seis anos sem correção de nada na tabela do Imposto de Renda. Se ela viesse sendo corrigida ano a ano, seguramente a gente já estaria em outra situação. O senador Sergio Moro (União-PR) declarou voto a favor da proposição, mas também lembrou a promessa de Lula, cujo cumprimento considera “muito distante”. — Existe, sim, esse quadro fiscal [desfavorável], mas vamos ser bastante honestos: este governo está sendo bastante perdulário, não controla seus gastos, e quer fazer seu ajuste fiscal em cima de aumento de tributos. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN) declarou-se defensora da tabela progressiva do IR, mas disse que “não é possível” hoje dar uma isenção acima de dois salários mínimos. — No próximo ano, vamos estar aqui, cobrando que progrida mais. Aumento de despesas O senador Humberto Costa (PT-PE), por sua vez, afirmou que todas as promessas de Lula que exigiam “uma solução de curto prazo” foram cumpridas. Em alusão à PEC 10/2023 — aprovada nesta quarta-feira na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que cria reajuste por tempo de exercício para agentes públicos de carreiras jurídicas, como juízes e promotores —, ele criticou o Legislativo por aprovar aumentos de despesas, ao mesmo tempo em que fecha “as possibilidades do governo de ter sua receita”. — Isso não vai bater. Isso vai dar um problema, com toda a certeza. O senador Omar Aziz (PSD-AM) defendeu a PEC 10/2023, que considera importante para conter os “penduricalhos” remuneratórios do Judiciário. Ele afastou do governo o rótulo de “perdulário” e também avaliou que “não é o momento” de acolher a emenda de Carlos Viana para faixa maior de isenção. — A gente tem que ter aqui o equilíbrio necessário para que a gente possa fazer com que o Estado brasileiro arrecade, e até onde a gente pode dar essa isenção. Apesar de declarar-se a favor da proposta, o senador Jaime Bagattoli (PL-RO) defendeu a emenda de Carlos Viana. Ele lembrou a queda do poder aquisitivo da população e argumentou que o valor da perda de arrecadação servirá para movimentar a economia. — Carlos Viana está hipercerto. Não vai refletir tanto assim nos cofres do governo. Tabela defasada Antes da votação do destaque, Viana reiterou os argumentos a favor da elevação da faixa de isenção. Segundo ele, nos governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro não houve correção da tabela do IR porque a presidente anterior, Dilma Rousseff, entregou a economia do Brasil “em frangalhos”. O senador criticou o conceito de acerto das contas públicas somente no aspecto da arrecadação: — Quando você aumenta imposto, você está tirando dinheiro do mercado, tirando dinheiro das indústrias, e quando você não faz uma correção de tabela como essa, você está colocando uma conta pública nas costas de quem ganha menos. Randolfe Rodrigues lembrou em Plenário que os governos Lula e Dilma promoveram correções anuais na faixa de isenção do IR e disse que as mudanças nessa faixa devem ser feitas “sustentadamente”. Mencionando o longo período sem correção na tabela, ele pediu apoio para o governo continuar fazendo o que não foi feito no passado. — O destaque aqui apresentado (...) traria um impacto em 2024 de R$ 113 bilhões, em 2025 de R$ 132 bilhões, em 2026 de R$ 142 bilhões.
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